A fase pós-colheita representa um dos maiores desafios na fruticultura, especialmente no que se refere à manutenção da qualidade dos frutos e à resposta às exigências do mercado. Os consumidores esperam encontrar frutos, como peras e maçãs, disponíveis ao longo de todo o ano, o que exige técnicas eficazes de conservação.
Para compreender esse processo, é essencial conhecer o comportamento dos frutos climatéricos após a colheita. Mesmo depois de retirados da árvore, esses frutos continuam a respirar, consumindo oxigénio (O₂) e libertando dióxido de carbono (CO₂), vapor de água e calor, iniciando, assim, o seu processo natural de senescência.
Com o objetivo de retardar esse amadurecimento e preservar a qualidade dos frutos pelo maior tempo possível, adotam-se medidas como: a redução da temperatura, a manutenção de uma elevada humidade relativa e o controlo da concentração de oxigénio, dióxido de carbono e etileno – um gás produzido pelos próprios frutos que acelera o seu amadurecimento.
Quando essas condições são devidamente controladas, é possível reduzir a taxa respiratória das peras e maçãs, prolongando a sua conservação em câmaras frigoríficas de atmosfera controlada por até 10 meses. O mais relevante é que esse processo ocorre sem necessidade de aditivos antioxidantes e sem comprometer o sabor ou a capacidade de amadurecimento normal dos frutos após a sua saída da câmara.
Dessa forma, as técnicas de conservação desempenham um papel fundamental na cadeia de abastecimento, garantindo que os consumidores tenham acesso a frutos frescos e de qualidade durante todo o ano. É assim que o processo de conservação das nossas peras e maçãs acontece na nossa central.
Eng.º Jorge Henriques
Técnico Responsável pela Conservação e Técnico de Campo
CFP